Investigadores da Polícia Federal afirmam que as medidas restritivas impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) assemelham-se a uma combinação de prisão domiciliar e regime semiaberto, permitindo que ele saia de casa durante o dia. As restrições foram determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após uma operação de busca e apreensão realizada na última sexta-feira (18).
As ordens judiciais incluem a proibição de Bolsonaro de deixar a cidade onde reside, de se aproximar de embaixadas e consulados, além de restrições de horário para sair de casa, que se aplicam entre 19h e 6h, e aos fins de semana. O ex-presidente também foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica, medidas que, segundo os investigadores, visam evitar uma possível fuga do Brasil.
A Procuradoria Geral da República (PGR) solicitou a condenação de Bolsonaro no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado, com penas que podem ultrapassar 40 anos de prisão. A operação está relacionada a indícios de que Bolsonaro teria sido beneficiado por ações de seu filho, Eduardo Bolsonaro, que é suspeito de tentar influenciar autoridades norte-americanas em favor do pai.
Além disso, a PGR investiga a tentativa de Eduardo Bolsonaro de interferir no andamento do processo penal em curso, com alegações de que ele buscou apoio de aliados do ex-presidente Donald Trump para impor sanções a ministros do STF. A situação se agrava, considerando que o ex-presidente admitiu ter enviado R$ 2 milhões para seu filho, que reside nos Estados Unidos.