A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) anunciou a morte de Abdullah Hammad, seu 12º profissional falecido na Faixa de Gaza desde outubro de 2023. Hammad foi assassinado pelo Exército israelense em 3 de julho, enquanto aguardava por ajuda humanitária em Khan Younis, no sul do território. O ataque resultou na morte de pelo menos 16 pessoas, segundo informações do hospital Nasser.
De acordo com a MSF, as forças israelenses atacaram deliberadamente um grupo de civis que esperava por caminhões de assistência, sem qualquer aviso prévio. Abdullah Hammad, que atuava como higienista na clínica da MSF em Al Mawasi, tinha um ano e meio de experiência na organização. A MSF expressou seu choque e tristeza pela tragédia, ressaltando a gravidade da situação humanitária em Gaza.
O coordenador de emergência da MSF em Gaza, Aitor Zabalgogeazkoa, alertou que o número real de mortos pode ser ainda maior, uma vez que o Exército israelense impediu a retirada dos corpos do local. Ele destacou o desespero da população por alimentos, afirmando que a capacidade das agências humanitárias de atender às necessidades básicas está severamente comprometida. A situação de fome em Gaza, agravada por restrições de movimentação e distribuição de suprimentos, é descrita como sistêmica e deliberada.
Em um relatório recente, a Organização das Nações Unidas (ONU) contabilizou 613 mortes em pontos de distribuição de alimentos em Gaza entre 27 de maio e 27 de junho. Profissionais da MSF relataram que 94% dos hospitais na região estão fora de funcionamento devido a bombardeios, enquanto os 6% restantes também sofreram danos significativos.