O mastologista Danilo Costa foi condenado a 43 anos de prisão por abusar sexualmente de pelo menos 15 mulheres, incluindo uma paciente com câncer, durante atendimentos médicos em Itabira, Minas Gerais. A sentença foi proferida na terça-feira (22) e reconhece que o médico se aproveitou da relação de confiança e da posição de autoridade para cometer os crimes em ambiente hospitalar e ambulatorial.
Segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Danilo Costa violou princípios éticos da profissão ao instrumentalizar os atendimentos médicos para fins abusivos. Além da pena de reclusão, ele foi condenado a pagar indenizações por danos morais às vítimas, que variam entre R$ 100 mil e R$ 400 mil, dependendo da gravidade de cada caso.
A Justiça também notificou o Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG) sobre a condenação, com base nos artigos 213 (estupro) e 215-A (importunação sexual) do Código Penal. Os crimes foram cometidos contra mulheres em situação de vulnerabilidade, em um contexto que deveria garantir segurança e acolhimento. A investigação, que começou em janeiro, revelou uma série de abusos, incluindo toques indevidos e comentários impróprios durante consultas.
O caso mais grave envolveu uma mulher de 52 anos, que relatou ter sido estuprada durante tratamento oncológico. A perícia confirmou a presença de material biológico compatível com o do acusado. O delegado responsável pelas investigações, João Martins Teixeira, enfatizou que os relatos das vítimas indicam comportamentos inaceitáveis para um profissional de saúde.