Os medicamentos e produtos farmacêuticos se destacam como os principais itens importados pelo Brasil dos Estados Unidos em 2023, totalizando US$ 4,3 bilhões no primeiro semestre, um aumento de 10% em relação ao ano anterior. Embora, inicialmente, esses produtos não sejam afetados pelo aumento de tarifas proposto pelo governo Trump, uma possível retaliação brasileira pode encarecer medicamentos essenciais, como os utilizados no tratamento de câncer e doenças raras.
O Brasil importou quase US$ 10 bilhões em itens da área médica no ano passado, com os Estados Unidos sendo um dos principais fornecedores. Paulo Fraccaro, CEO da Associação Brasileira de Indústria de Dispositivos Médicos, alerta que a adoção de tarifas recíprocas poderia elevar os preços em até 30%, forçando o país a buscar alternativas em mercados como China, Índia e Turquia.
Além dos medicamentos de alto custo, o Brasil depende fortemente de insumos farmacêuticos, com 95% desses insumos sendo importados da China. Norberto Prestes, presidente-executivo da Associação Brasileira de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi), enfatiza a importância de investir na pesquisa e produção local para aumentar a soberania do país nesse setor. Ele destaca que o Brasil possui talentos capazes de desenvolver soluções inovadoras, que atualmente estão sendo perdidos para o exterior.
