O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) respondeu nesta segunda-feira, 21, a uma carta aberta do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), na qual o movimento criticava a lentidão na redistribuição de terras e a falta de incentivos à agricultura familiar. O MDA, sob a liderança do ministro Paulo Teixeira, afirmou que a reforma agrária no Brasil está em ritmo acelerado, similar ao dos primeiros mandatos do presidente Lula. A pasta anunciou a meta de criar 30 mil novos lotes até 2025 e 60 mil até o final do mandato, atendendo assim a metade das 120 mil famílias acampadas no país.
Em contrapartida, o MST destacou que 400 mil famílias assentadas ainda aguardam políticas públicas que não chegam à base. O movimento questionou o governo sobre a paralisia da reforma agrária após seu apoio nas eleições de 2022, enfatizando que, após mais de três anos de governo Lula, as famílias acampadas e assentadas se sentem abandonadas. O MST provocou: 'Lula, cadê a reforma agrária?'.
O MDA, por sua vez, reafirmou o respeito ao papel dos movimentos sociais, mas defendeu que o governo Lula 3 está a caminho de estabelecer recordes históricos na reforma agrária. Além disso, o MST mencionou a sobretaxa de 50% sobre produtos nacionais imposta pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, e ressaltou que a soberania nacional está ligada à soberania alimentar, que deve ser construída através da agricultura familiar e da reforma agrária. Em janeiro, o MST já havia cobrado o assentamento de 100 mil famílias acampadas e, em abril, realizou invasões em 11 propriedades para pressionar por mais agilidade no processo de assentamento.