A defesa do tenente-coronel do Exército Mauro Cid apresentou, nesta terça-feira (29), suas alegações finais ao Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando a absolvição do militar das acusações de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. Cid, que é réu ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro e outras sete figuras do antigo governo, foi o primeiro a protocolar sua defesa devido a um acordo de delação premiada com a Polícia Federal.
Os advogados de Cid argumentam que não existem provas concretas que comprovem sua participação ou apoio a qualquer plano golpista. Na defesa, afirmam que a Procuradoria-Geral da República (PGR) agiu com "excesso" e se tornou "promotora de narrativas", ignorando depoimentos de autoridades militares que atestariam a conduta disciplinada do tenente-coronel.
A PGR, por sua vez, apresentou seu parecer final na semana passada, pedindo a condenação de todos os réus. O procurador-geral Paulo Gonet defendeu que a tentativa de golpe foi real, embora não tenha contado com o apoio formal das Forças Armadas. Gonet destacou que houve uma tentativa sistemática de cooptar os comandos do Exército e da Aeronáutica, utilizando pressão e desinformação.
Com as alegações finais de Cid e o parecer da PGR já protocolados, o STF agora abre prazo para as defesas dos outros sete réus. A ação penal será julgada pela Primeira Turma do Supremo, composta por cinco ministros, mas ainda não há data definida para o julgamento.