O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, prestará novo depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (13). O interrogatório faz parte de três ações penais que investigam a tentativa de golpe de Estado ocorrida em 2022, nas quais Cid já firmou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal.
Cid será ouvido sobre os desdobramentos de uma trama que envolve 23 réus, divididos em três núcleos: o núcleo 2, que gerenciava as ações; o núcleo 3, responsável por ações coercitivas; e o núcleo 4, que atuava em operações de desinformação. Durante seu depoimento anterior, Cid confirmou a veracidade das acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR) e negou ter sofrido qualquer coação.
Entre as revelações feitas por Cid, destaca-se a confirmação de que Bolsonaro leu e alterou uma minuta que previa medidas autoritárias para contestar o resultado das eleições de 2022. O ex-ajudante também relatou que Bolsonaro pressionou o então ministro da Defesa sobre a lisura do processo eleitoral, evidenciando a tentativa de deslegitimar o resultado das urnas. O depoimento de Cid é considerado crucial para o andamento das investigações sobre a organização criminosa que tramou o golpe.