O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (14) no contexto de três ações penais relacionadas à tentativa de golpe de Estado ocorrida em 2022. Cid, que firmou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal, busca colaborar com as investigações que envolvem 23 réus em diferentes núcleos da trama golpista.
Durante a audiência, Cid deve fornecer informações sobre os núcleos que compõem a organização criminosa: o núcleo 2, que gerenciava ações, com seis acusados; o núcleo 3, responsável por ações coercitivas, com dez réus; e o núcleo 4, que se dedicava a operações de desinformação, com sete envolvidos. O depoimento de Cid acontece após a oitiva de testemunhas, incluindo Adiel Pereira Alcântara, ex-coordenador de inteligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que relatou ordens para dificultar o deslocamento de eleitores nas eleições de 2022.
Além de Alcântara, outras testemunhas também foram ouvidas, como Clebson Ferreira de Paula Vieira, servidor do Ministério da Justiça, que mencionou um pedido de análise para estabelecer uma relação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e facções criminosas. O depoimento de Cid é considerado crucial para esclarecer os desdobramentos da investigação, que já havia contado com sua participação em junho deste ano, quando foi interrogado sobre o chamado "núcleo crucial" da organização, do qual também faz parte o ex-presidente Bolsonaro.