O matcha, chá verde japonês, está se tornando uma verdadeira febre mundial, com sua presença crescente em cafeterias e estabelecimentos de alimentos. Desde lattes no Starbucks no Reino Unido até donuts da Krispy Kreme em Singapura, o matcha tem conquistado paladares ao redor do globo. A popularidade do produto é impulsionada pelas redes sociais, onde a hashtag #MatchaTok já acumula milhões de visualizações, refletindo o interesse crescente por receitas e dicas de preparo.
A demanda pelo matcha disparou, especialmente após o aumento do turismo no Japão, que se tornou um destino atraente devido à sua moeda fraca. Lauren Purvis, da Mizuba Tea Co., relata que muitos cafés estão enfrentando dificuldades para atender a essa demanda, com alguns solicitando até um quilo de matcha por dia. No entanto, a combinação de safras menores, causadas por ondas de calor, e tarifas sobre importações dos Estados Unidos está elevando os preços do produto.
O matcha é produzido a partir de folhas de chá verde cultivadas à sombra, um processo que leva semanas e é essencial para desenvolver seu sabor característico. Contudo, a escassez de agricultores e as colheitas ruins na região de Kyoto, responsável por cerca de um quarto da produção japonesa, têm dificultado o abastecimento. Como resultado, muitos varejistas limitam a quantidade que os clientes podem comprar, enquanto os preços aumentaram em até 30% em algumas lojas.
Além da crescente demanda, a popularidade do matcha também gerou um movimento em prol do consumo consciente, com defensores alertando sobre a importância de apreciar o chá em sua forma pura, em vez de usá-lo apenas como ingrediente em receitas. O Ministério da Agricultura do Japão informou que a produção de matcha quase triplicou entre 2010 e 2023, e as exportações de chá verde, incluindo o matcha, aumentaram 25% no último ano, atingindo cerca de 36,4 bilhões de ienes.