O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, manifestou sua desaprovação em relação à condenação do ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, que foi considerado culpado por suborno de testemunhas e fraude processual. Em uma publicação na rede social X, Rubio defendeu Uribe, afirmando que seu único crime foi "lutar e defender incansavelmente sua pátria" e denunciou o julgamento como uma "instrumentalização do Judiciário colombiano por juízes radicais".
Uribe, que enfrentou três acusações, foi considerado culpado em duas delas, com a pena ainda a ser definida. O processo judicial teve início em 2018, após uma denúncia feita pelo próprio Uribe contra o senador Iván Cepeda, que posteriormente se tornou um adversário no caso. A crítica de Rubio se alinha a um movimento crescente entre parlamentares republicanos dos EUA, que têm questionado a imparcialidade dos tribunais na América Latina, especialmente em relação ao processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no Brasil.
A condenação de Uribe gerou uma onda de polarização política na Colômbia, com seus apoiadores classificando a decisão como "perseguição política" e organizando protestos em Bogotá, onde ocorreram confrontos com opositores. A senadora Paloma Valencia, do partido Centro Democrático, afirmou que "isto não é justiça, é vingança". Em contrapartida, políticos de esquerda e representantes de movimentos sociais celebraram o veredito, considerando-o um avanço para a independência judicial no país. O ex-embaixador Camilo Romero ressaltou que "ninguém está acima da lei", enquanto a ex-ministra Carolina Corcho elogiou a coragem do senador Cepeda, considerado fundamental no processo.
O julgamento de Uribe é visto como um dos mais significativos da história recente da Colômbia, dado seu papel central na política nacional nas últimas duas décadas. O ex-presidente ainda tem a opção de recorrer da decisão judicial.