Uma manifestação convocada por grupos governistas ocorreu na quinta-feira, 10, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (MASP), reunindo cerca de 15 mil pessoas, segundo o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). O ato, que teve início às 18h, visava inicialmente pressionar o Congresso sobre pautas como a taxação dos super ricos e a isenção do imposto de renda, mas rapidamente se transformou em um protesto contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).
O descontentamento se intensificou após o anúncio de uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos, levando o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) a alterar o foco da manifestação. Em suas redes sociais, Boulos convocou os militantes a se unirem sob a mensagem "Brasil para os brasileiros", enfatizando a necessidade de resistência nas ruas.
Durante o evento, os manifestantes expressaram sua insatisfação com gritos de "Fora Tarcísio", em resposta ao apoio do governador a Bolsonaro após a decisão de Donald Trump. Boulos criticou Tarcísio, sugerindo que ele deveria "pedir votos em Miami" nas próximas eleições. O clima de oposição ao Congresso também foi evidente, com faixas que rotulavam a instituição como "inimiga do povo" e "podre", refletindo a estratégia de polarização adotada pelo governo.
O ato se destacou não apenas pela quantidade de participantes, superando a última manifestação bolsonarista em julho, mas também pela sua capacidade de unir diferentes pautas de descontentamento, evidenciando um momento de tensão política no Brasil.