Um sobrevoo realizado entre Rondônia e o Amazonas revelou a presença de mais de 500 dragas em atividade de garimpo ilegal no rio Madeira. A missão, acompanhada pelo pesquisador Nilo D’Ávila, do Greenpeace Brasil, ocorreu no último fim de semana e teve como objetivo mapear a mineração clandestina na região. As imagens obtidas mostram diversas embarcações alinhadas ao longo do leito do rio, muitas delas localizadas próximas a terras indígenas e unidades de conservação.
Durante as quatro horas de sobrevoo, a equipe identificou cerca de 543 dragas operando na extração ilegal de ouro, sendo que em uma área específica, 48 dragas estavam agrupadas, comprometendo a navegação. D’Ávila alertou que a atividade não apenas causa danos ambientais, mas também representa riscos à saúde e à segurança das comunidades que dependem do rio para transporte e sustento.
O Greenpeace Brasil planeja formalizar uma denúncia às autoridades competentes, incluindo o Ministério Público e o Ibama, com os dados coletados durante a missão. A Polícia Federal já havia realizado ações anteriores de combate ao garimpo ilegal na região, resultando na inutilização de 109 dragas entre julho de 2024 e julho de 2025. O pesquisador destacou que a contaminação do rio e os impactos sociais são preocupações urgentes que precisam ser abordadas pelas autoridades.