Entre junho de 2024 e julho de 2025, pescadores e catadores de caranguejo coletaram mais de 46 toneladas de resíduos nas baías de Guanabara e Sepetiba, no Rio de Janeiro. A ação faz parte da Operação LimpaOca, liderada pela ONG Guardiões do Mar em parceria com a Transpetro, e se estenderá até setembro deste ano. Até o momento, 13 hectares foram limpos, sendo quatro na Baía de Guanabara e nove na Baía de Sepetiba.
Na Baía de Guanabara, a limpeza ocorre na chamada “Ilha de Lixo”, localizada a cerca de 20 quilômetros dos manguezais da Área de Proteção Ambiental de Guapimirim. Até agora, foram retirados 42.886 quilos de resíduos, com a participação de 84 pescadores e catadores de três comunidades locais. Já na Baía de Sepetiba, a ação na Ilha da Madeira resultou na coleta de 3.177 quilos de lixo, com 21 caiçaras envolvidas.
Além de promover a limpeza dos manguezais, a operação oferece uma fonte de renda extra para os pescadores durante o período de defeso do caranguejo-uçá, de outubro a dezembro, quando a captura do crustáceo é proibida. Os participantes recebem uma bolsa-auxílio custeada pela Transpetro. Segundo Rodrigo Gaião, gerente operacional do projeto, a iniciativa contribui para a preservação ambiental e a socioeconomia das comunidades envolvidas.
A limpeza dos manguezais, idealizada em 2001, também visa garantir a segurança dos trabalhadores, retirando materiais perigosos que podem causar acidentes. O presidente da ONG, Pedro Belga, enfatiza a importância do manguezal como fonte de renda e habitat para diversas espécies. As ações de limpeza também têm um impacto positivo no turismo de base comunitária, segundo Rafael dos Santos, presidente da Associação de Catadores de Caranguejo de Magé.