Mais de 100 organizações não governamentais (ONGs) emitiram um alerta nesta quarta-feira (23) sobre a crescente crise humanitária na Faixa de Gaza, onde a fome em massa se torna uma realidade alarmante. O comunicado, assinado por entidades como Médicos Sem Fronteiras e Norwegian Refugee Council, pede um cessar-fogo imediato e a remoção das restrições à entrada de ajuda humanitária no território, que enfrenta uma grave escassez de alimentos e suprimentos essenciais.
A situação se agrava em meio ao conflito entre Israel e o Hamas, com denúncias de desnutrição extrema e mortes de palestinos em busca de alimentos. O secretário-geral da ONU, António Guterres, descreveu a situação como um "show de horrores", alertando que a fome está se espalhando e que a assistência humanitária está sendo severamente limitada. Ele destacou que trabalhadores humanitários também estão enfrentando a escassez de alimentos, colocando suas vidas em risco ao tentar ajudar a população.
Israel, que enfrenta crescente pressão internacional, nega as alegações de fome extrema e atribui parte das denúncias à propaganda do Hamas. O governo israelense reconhece que a ajuda humanitária é insuficiente, mas responsabiliza a ONU pela situação. Desde maio, a distribuição de alimentos em Gaza está sob o controle de uma empresa americana controversa, gerando críticas sobre a eficácia da assistência.
As ONGs pedem uma trégua imediata e a abertura dos postos de fronteira para permitir o livre fluxo de ajuda humanitária, enfatizando que a atual abordagem não é suficiente para atender às necessidades urgentes da população. Enquanto isso, o enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, planeja uma viagem à Europa e possivelmente ao Oriente Médio para discutir a situação em Gaza, com a esperança de alcançar um novo cessar-fogo.