BOGOTÁ, Colômbia — O governo do presidente Nicolás Maduro tem intensificado a repressão contra economistas e especialistas em dados financeiros na Venezuela, com o objetivo de controlar a narrativa sobre a grave crise econômica que o país enfrenta. Nos últimos dois meses, cerca de 20 economistas foram detidos, segundo organizações de direitos humanos e fontes governamentais.
A campanha de repressão ocorre em meio a um cenário de hiperinflação que chega a 300.000% e uma moeda local, o bolívar, em rápida desvalorização. O Banco Central da Venezuela não divulga dados confiáveis sobre indicadores econômicos, o que leva especialistas a preencherem essas lacunas com estimativas independentes, frequentemente criticadas pelo governo.
Entre os economistas detidos está Rodrigo Cabezas, ex-ministro da Fazenda, que foi preso em junho após ser chamado por agentes do governo sob o pretexto de resolver um problema elétrico. Sua família não teve notícias dele desde então, e a filha expressou preocupação com a saúde do pai, que necessita de medicamentos diários.
Analistas afirmam que a repressão visa silenciar vozes críticas e abafar informações sobre a deterioração econômica do país. A situação tem gerado temor entre economistas, que hesitam em compartilhar dados, mesmo aqueles que vivem no exterior, temendo represálias contra suas famílias.