O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou um projeto que previa o aumento do número de deputados federais, gerando descontentamento entre os líderes do Centrão. A expectativa é de que não haja votação do veto em sessão conjunta do Congresso antes do recesso informal, dificultando a reversão da decisão. Para derrubar o veto, seriam necessários 257 votos na Câmara e 41 no Senado, mas a aprovação anterior no Senado foi apenas de 41 votos, o mínimo necessário, o que torna remota a possibilidade de repetição desse cenário.
Nos bastidores, uma ala do governo havia sugerido que Lula não sancionasse nem vetasse o projeto, permitindo a promulgação automática. No entanto, prevaleceu a recomendação de veto por parte de ministros, que acreditam que essa decisão favorece o governo, especialmente após pesquisa que mostrou a rejeição popular à ampliação do número de parlamentares.
O veto de Lula ocorre em meio a uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o Congresso revise a distribuição de deputados por estado até o fim de junho, com base nos dados do Censo 2022. A proposta aprovada anteriormente visava aumentar o total de deputados de 513 para 531, garantindo que estados que cresceram proporcionalmente não perdessem cadeiras. Com o veto, a Justiça Eleitoral agora será responsável por revisar a distribuição das bancadas, sem aumento no total de deputados.