O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em nota oficial na quarta-feira (9), que o Brasil adotará medidas de reciprocidade em resposta à imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Lula destacou que qualquer elevação unilateral de tarifas será tratada conforme a Lei Brasileira de Reciprocidade Econômica, em vigor desde abril, que permite ao Brasil retaliar ações que prejudiquem sua competitividade.
A decisão de Trump foi vinculada ao tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente sob julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) por supostas tentativas de golpe de Estado. Em sua resposta, Lula enfatizou a soberania do Brasil e a independência de suas instituições, afirmando que o processo judicial contra Bolsonaro é uma questão interna, sem espaço para ingerências externas.
Além disso, Lula refutou a alegação de Trump sobre um déficit comercial dos EUA em relação ao Brasil, afirmando que as estatísticas do governo americano indicam um superávit de US$ 410 bilhões nos últimos 15 anos. O comércio bilateral entre os dois países alcançou US$ 92 bilhões em 2024, com um superávit de US$ 7,4 bilhões para os Estados Unidos.
A troca de declarações entre os presidentes ocorreu em meio a um clima de tensão, com Lula afirmando que o mundo não precisa de um "imperador", referindo-se a Trump. A postura do Brasil, segundo Lula, é pautada pela defesa dos interesses do povo brasileiro e pelo respeito à soberania nacional.