O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou sua indignação na noite desta quarta-feira (9) após o anúncio de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos. Em mensagem publicada nas redes sociais, Lula reafirmou que o Brasil, como um país soberano, não aceitará ser tutelado e que a resposta será dada por meio da Lei de Reciprocidade Econômica, aprovada recentemente pelo Congresso Nacional.
O presidente contestou a alegação de déficit comercial dos EUA em relação ao Brasil, afirmando que as estatísticas do governo norte-americano indicam um superávit de 410 bilhões de dólares nas transações de bens e serviços entre os dois países nos últimos 15 anos. A legislação mencionada por Lula permite retaliações e a suspensão de acordos comerciais em resposta a medidas que afetem a competitividade do Brasil.
Após o anúncio das tarifas, Lula convocou uma reunião de ministros em seu gabinete, buscando uma resposta coordenada. Diplomatas brasileiros notaram que a carta de Trump a Lula continha trechos semelhantes a comunicações enviadas a outros países, o que levantou questionamentos sobre a originalidade da mensagem. O governo brasileiro, que não esperava tarifas adicionais, continuou suas negociações técnicas com os EUA, que ocorreram até a última sexta-feira.
A reação do governo Lula também sugere uma vinculação entre as tarifas e a administração do ex-presidente Jair Bolsonaro, com o ministro Paulo Teixeira afirmando nas redes sociais que as tarifas são uma resposta a pedidos feitos por Bolsonaro a Trump. A situação destaca a tensão nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos e a necessidade de uma abordagem diplomática para mitigar os impactos econômicos.