O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) respondeu à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que elevou a sobretaxa sobre produtos brasileiros de 10% para 50%. Em nota oficial, Lula afirmou que o Brasil adotará medidas com base na lei de reciprocidade, já aprovada pelo Congresso Nacional, ressaltando que "não aceitaremos ser tutelados por ninguém" e reafirmando a soberania do país.
Lula contestou a alegação americana de que os Estados Unidos enfrentam prejuízos comerciais com o Brasil, citando dados oficiais que indicam um superávit de US$ 410 bilhões para os EUA nos últimos 15 anos. A resposta do governo brasileiro será elaborada por um grupo ministerial que inclui os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Rui Costa (Casa Civil).
Além disso, o governo brasileiro está considerando alternativas à taxação direta sobre produtos importados dos EUA, como motores e gás natural, que poderiam impactar a inflação no Brasil. Técnicos sugerem que a retaliação ocorra em setores como serviços e propriedade intelectual, estratégia já utilizada anteriormente.
A crise diplomática entre os dois países se intensificou após Trump enviar uma carta a Lula, acusando o Brasil de censura e defendendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. O governo brasileiro optou por devolver a correspondência sem reconhecer as acusações, enfatizando que investigações sobre atos golpistas são de competência exclusiva da Justiça brasileira e reafirmando seu compromisso com os direitos humanos e a democracia.