Na última quinta-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma declaração contundente sobre a exploração de minerais estratégicos e terras raras no Brasil, afirmando que "aqui ninguém põe a mão". A fala ocorreu um dia após uma reunião entre o encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, e representantes do setor de mineração brasileiro. Enquanto Lula adota uma postura firme em defesa da soberania nacional, o vice-presidente Geraldo Alckmin se mostrou mais conciliador, indicando que o Brasil não descarta a possibilidade de um acordo com os EUA para a exportação desses recursos essenciais.
Durante um evento público, Lula enfatizou que "esse país é do povo brasileiro!", em resposta ao crescente interesse dos EUA nos minerais brasileiros, que são cruciais para tecnologias como carros elétricos e energia solar. Em contrapartida, Alckmin revelou ter conversado com o secretário de Comércio dos EUA, destacando a disposição do Brasil para o diálogo e criticando a possível imposição de sobretaxas. "Não é possível um país sofrer uma injustiça dessa", afirmou, ressaltando que não há justificativa econômica para tal medida.
O interesse americano por minerais brasileiros se intensifica no contexto da competição global com a China, que detém a maior reserva de terras raras do mundo. O Brasil, com a segunda maior reserva, se posiciona como um ator estratégico na transição energética. A situação é ainda mais delicada com a iminência de um "tarifaço" de 50% sobre produtos brasileiros, uma medida que, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, poderia impactar mais de 10 mil empresas no país. Para abordar a questão, um grupo de senadores brasileiros viajará a Washington nesta semana em busca de evitar tarifas e promover a cooperação bilateral.