A dois dias da implementação de tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou, em entrevista ao New York Times, que o Brasil negociará como um país soberano e não participará de uma Guerra Fria contra a China. Lula expressou preocupação com as tarifas, que podem impactar os interesses econômicos e tecnológicos do Brasil, mas afirmou que não teme as críticas ao presidente americano.
Durante a entrevista, Lula destacou que o Brasil não se posicionará como um país pequeno em negociações com os Estados Unidos. "Na política entre dois Estados, a vontade de nenhum deve prevalecer", disse, enfatizando a necessidade de um meio-termo nas relações comerciais. Ele também criticou a mistura de questões políticas e comerciais, afirmando que não pode exigir a suspensão do bloqueio econômico a Cuba em troca de negociações comerciais.
O presidente brasileiro lamentou a falta de diálogo com Washington, revelando que designou membros de seu governo para estabelecer conversas, mas até o momento não obteve sucesso. Lula mencionou que o governo brasileiro teve dez reuniões sobre comércio com o Departamento de Comércio dos EUA e enviou uma carta solicitando uma resposta, que foi ignorada em favor do anúncio das tarifas.
Por fim, Lula afirmou que o Brasil buscará novos mercados caso as tarifas sejam aplicadas e reiterou que não aceitará ser arrastado para uma Guerra Fria entre os Estados Unidos e a China, mantendo o interesse em relações comerciais com ambos os países.