O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (9) que o Brasil responderá a qualquer aumento unilateral de tarifas comerciais com base na Lei da Reciprocidade Econômica, sancionada em abril de 2023. A declaração foi uma reação à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.
Lula enfatizou que a medida será aplicada conforme a legislação brasileira, que permite contramedidas em casos de impacto negativo à competitividade internacional ou interferência nas escolhas soberanas do país. A lei, que ainda aguarda regulamentação, prevê ações como restrições à importação e sanções sobre direitos de propriedade intelectual.
Embora o governo brasileiro tenha adotado uma postura cautelosa, um grupo técnico está avaliando possíveis respostas econômicas e comerciais. A Câmara de Comércio Exterior (Camex) será responsável por definir as medidas a serem tomadas, seguindo critérios de negociação prévia e proporcionalidade em relação ao dano econômico.
Apesar da firmeza nas declarações, o governo brasileiro, por meio do vice-presidente Geraldo Alckmin, manifestou a preferência por negociações antes de implementar retaliações. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou a lei como uma estratégia para garantir que o Brasil não seja tratado como um “parceiro de segunda classe”.