O presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou, nesta sexta-feira (4), que instituições financeiras globais desenvolvam novas abordagens para financiar o desenvolvimento sustentável, sem a imposição de condicionalidades que comprometam os investimentos, especialmente em nações mais pobres. Durante a reunião anual do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), no Rio de Janeiro, Lula enfatizou que o objetivo é oferecer empréstimos que possibilitem a superação da pobreza, e não apenas doações.
O encontro, que contou com a presença de ministros de finanças, membros do conselho do NDB e líderes empresariais, serve como preparação para a Cúpula de Líderes do Brics, marcada para os dias 6 e 7 de outubro. Lula criticou o modelo de austeridade imposto por instituições financeiras tradicionais, como o FMI e o Banco Mundial, argumentando que essas práticas têm aprofundado a desigualdade. "A austeridade torna os pobres mais pobres e os ricos mais ricos", afirmou.
O presidente também destacou a necessidade urgente de reformar essas instituições e de discutir novas formas de financiamento para países em desenvolvimento, citando o caso do Haiti, que enfrenta sérios problemas sociais e econômicos. Lula lembrou que o NDB, criado em 2014 como uma alternativa a bancos tradicionais, já aprovou mais de 120 projetos de investimento, totalizando US$ 40 bilhões, com 40% desse montante direcionado a iniciativas de desenvolvimento sustentável. Ele ainda mencionou a expectativa de que o banco financie um estudo para um cabo submarino que conectará os países do Brics, promovendo maior integração e soberania na troca de dados.