A quatro dias do início do tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu não contatar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), para discutir as novas taxas. O Itamaraty aguarda um sinal de Washington para retomar as negociações, enquanto o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, participa de uma cúpula da ONU em Nova York.
Aliados de Lula afirmam que um roteiro de negociação foi enviado ao governo norte-americano em 16 de maio, mas o documento, que continha propostas de diálogo, nunca recebeu resposta. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) declarou que o governo brasileiro está empenhado em responder à taxação, mas Lula ressaltou que Alckmin enfrenta dificuldades para dialogar com os EUA.
O presidente brasileiro já havia afirmado que Trump não está disposto a discutir as tarifas e que, caso não haja retorno, o Brasil tomará medidas adequadas. A relação entre Brasil e EUA tem sido protocolar desde o início da nova administração norte-americana, sem esforços significativos para estabelecer um diálogo de alto nível, especialmente após o anúncio do tarifaço, que afetará também outros países a partir de 1º de agosto.
