O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (21) que não considera a situação atual uma guerra comercial com os Estados Unidos, mesmo após a decisão do ex-presidente Donald Trump de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Lula expressou confiança na atuação do Ministério das Relações Exteriores e do vice-presidente Geraldo Alckmin para lidar com a questão. "Nós não estamos numa guerra tarifária. Guerra tarifária vai começar na hora que eu der resposta ao Trump, se ele não mudar de opinião", declarou.
O presidente destacou que a colaboração entre o governo e o setor empresarial é fundamental para resolver o impasse. Ele ressaltou que os empresários brasileiros devem dialogar com seus homólogos americanos, pois são eles que podem sofrer as consequências das tarifas. Lula também reafirmou a soberania do Brasil, afirmando que o país não aceitará pressões externas que interfiram em decisões judiciais, em referência à carta de Trump sobre o processo contra Jair Bolsonaro.
Além disso, Lula criticou a falta de conhecimento de Trump sobre a balança comercial entre os dois países, que apresenta um déficit de US$ 410 bilhões para o Brasil nos últimos 15 anos. O presidente brasileiro enfatizou a importância de uma relação diplomática forte e afirmou que está disposto a dialogar com Trump, desde que os interesses de ambas as nações sejam respeitados. Durante um encontro com líderes latino-americanos e europeus no Chile, Lula evitou aprofundar o tema, afirmando que o foco da cúpula era o fortalecimento da democracia.
O presidente também anunciou que haverá uma nova reunião sobre a questão comercial durante a Assembleia Geral da ONU em setembro e um encontro em Madri no próximo ano com líderes progressistas. "A democracia é garantir ao povo o direito ao trabalho, à moradia, à educação, à cultura, ao lazer e a viver dignamente. É isso que nós vamos conquistar para o Brasil", concluiu Lula.