O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou, durante a abertura do Fórum Empresarial dos BRICS, realizado neste sábado (5), a crescente relevância do bloco de economias emergentes, que agora conta com 11 membros e representa mais de 40% do PIB global em paridade de poder de compra. Lula afirmou que o BRICS deve continuar a avançar acima da média mundial até 2025, promovendo maior integração entre os setores empresariais dos países integrantes.
O presidente apresentou dados que mostram que o comércio entre o Brasil e os demais países do BRICS alcançou US$ 210 bilhões em 2023, mais que o dobro do registrado nas trocas com a União Europeia. Desse total, US$ 71 bilhões referem-se às exportações brasileiras do agronegócio. Lula também destacou a importância do BRICS como agente de mudança na governança global, defendendo a reforma da arquitetura financeira internacional e o fortalecimento do regime multilateral de comércio.
Em sua fala, Lula criticou as políticas de austeridade fiscal, afirmando que elas não promoveram crescimento sustentável e levaram os países a uma situação de empobrecimento. O presidente ressaltou a criação do Arranjo Contingente de Reservas (CRA) em 2014, um mecanismo de apoio emergencial para os países do bloco, que até o momento não foi utilizado. Ele anunciou que discussões sobre a ampliação do CRA devem começar no segundo semestre de 2025, incluindo novos membros plenos como Arábia Saudita e Egito.
Lula finalizou sua participação destacando o potencial dos países do BRICS na produção de alimentos, afirmando que o grupo possui 33% das terras agricultáveis do mundo e responde por 42% da produção agropecuária global. Para ele, essa condição permite ao bloco a capacidade de "alimentar o mundo" por meio de práticas sustentáveis, como a agricultura de baixo carbono e a recuperação de áreas degradadas.