O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira, 21, em Santiago, que o Brasil não está em uma guerra tarifária com os Estados Unidos. Durante uma conversa com jornalistas, Lula destacou que a escalada do conflito comercial só ocorrerá caso o presidente americano, Donald Trump, não mude sua posição sobre as tarifas. 'As condições que o Trump impôs não foram condições adequadas', declarou.
As declarações ocorreram durante a visita de Lula à capital chilena, onde participou de um encontro com líderes progressistas para discutir a defesa da democracia. Ele enfatizou que a crise com os Estados Unidos não foi abordada na reunião, pois considera o assunto um problema interno. A imposição de tarifas de 50% ao Brasil, anunciada por Trump em 9 de julho, está prevista para entrar em vigor em agosto.
Lula expressou confiança em relação à situação e elogiou os ministros Geraldo Alckmin e Mauro Vieira pelo trabalho realizado nas negociações. O presidente também ressaltou a importância do diálogo entre empresários brasileiros e americanos, afirmando que ambos os setores produtivos são prejudicados pelas tensões comerciais. Ele manifestou interesse em conversar diretamente com Trump, destacando que é fundamental que os líderes considerem os interesses de seus países.
Além de Lula, o encontro em Santiago contou com a presença dos presidentes Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia) e Yamandú Orsi (Uruguai), além do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez. Após as reuniões, Lula alertou sobre os riscos à democracia, comparando a situação atual ao extremismo que levou à ascensão do nazismo na Alemanha. O presidente retornará a Brasília ainda nesta segunda-feira, 21.