O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta segunda-feira (28) que não firmará acordos com os Estados Unidos relacionados a minerais estratégicos encontrados no Brasil. Durante um evento no Rio de Janeiro, Lula enfatizou a importância do controle nacional sobre os recursos naturais e anunciou a criação de uma comissão especial para atualizar o mapeamento das riquezas minerais do país, ressaltando que apenas 30% do potencial mineral brasileiro foi mapeado até o momento.
Lula afirmou que qualquer pesquisa mineral deverá ser autorizada pelo governo e que empresas não poderão vender áreas com minérios sem a aprovação da União. Ele questionou o interesse dos EUA nos chamados "minerais críticos", como terras raras, que são essenciais para a produção de tecnologias avançadas, afirmando que o Brasil deve explorar esses recursos para benefício do povo brasileiro.
O posicionamento do presidente surge em um contexto de crescente interesse dos Estados Unidos pelos minerais brasileiros, conforme mencionado por representantes da embaixada dos EUA e do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). A postura do governo brasileiro tem gerado debates entre analistas, com alguns defendendo a soberania nacional e outros alertando sobre possíveis impactos nas relações diplomáticas e comerciais com os EUA, especialmente após a recente imposição de tarifas por parte do presidente americano, Donald Trump.
Apesar das críticas, Lula reafirmou sua disposição para o diálogo com outras nações, incluindo os Estados Unidos, e pediu uma abordagem civilizada para resolver divergências. "Senta em uma mesa, coloca a divergência de lado e tenta resolver", concluiu o presidente.