O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em entrevista à CNN International nesta quinta-feira, que os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (CSNU) precisam concordar em uma reforma na governança global. Segundo Lula, o atual sistema tem se mostrado insuficiente para evitar conflitos armados ao redor do mundo.
Lula destacou que os cinco países permanentes do CSNU — Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China — possuem armas nucleares e estão envolvidos em guerras. Ele citou a invasão do Iraque pelos EUA em 2003, a intervenção da França e do Reino Unido na Líbia em 2011, e a invasão da Ucrânia pela Rússia como exemplos de falhas na atuação da ONU. O presidente brasileiro defendeu a inclusão de representantes da América Latina, Ásia e Oriente Médio, além de sugerir a entrada da Alemanha e do Japão no conselho.
O presidente também criticou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, por sua atuação na Faixa de Gaza, afirmando que ele não respeita a ONU ou outros países mediadores. Em relação à guerra na Ucrânia, Lula expressou satisfação com a disposição do ex-presidente americano Donald Trump em negociar a paz, mas lamentou o aumento da venda de armas a Kiev. Para Lula, os recursos destinados à indústria bélica deveriam ser utilizados para combater a extrema pobreza global.
Por fim, Lula enfatizou a necessidade de a ONU coordenar um processo de paz na Ucrânia, sugerindo que os presidentes Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky devem concordar em formar um grupo de países amigos para desenvolver uma proposta alternativa para o conflito.