O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou apoio ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, após o governo dos Estados Unidos revogar os vistos de Moraes, sua família e outros magistrados da Suprema Corte. A declaração de Lula ocorreu no sábado (19), em resposta à decisão do secretário de Estado, Marco Rúbio, que anunciou a medida na noite anterior, alegando que Moraes estaria envolvido em práticas de censura e perseguição política.
Lula classificou a ação como "arbitrária" e "sem fundamento", ressaltando que a interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável e fere os princípios de soberania. O presidente garantiu que as medidas do governo Trump não afetarão a democracia brasileira, afirmando que nenhum tipo de intimidação comprometerá a defesa do Estado Democrático de Direito.
Além de Moraes, outros ministros do STF, como Luís Roberto Barroso e Cármen Lúcia, também tiveram seus vistos revogados. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, chamou a revogação de "afronta ao Poder Judiciário" e criticou a tentativa de pressão do ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, Eduardo Bolsonaro, que, segundo ela, buscam escapar da Justiça.
Eduardo Bolsonaro, que se encontra nos Estados Unidos, comemorou a decisão e agradeceu a Trump e Rúbio, insinuando que mais sanções poderiam ser impostas a outros membros do STF. A situação revela um crescente embate entre o governo brasileiro e a administração americana, especialmente em relação às investigações sobre os eventos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.