O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou nesta sexta-feira, 4, a proposta de criação de uma moeda comum para o Brics, durante a abertura da 10.ª reunião anual do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), no Rio de Janeiro. A iniciativa visa reduzir a dependência do dólar em transações internacionais, apesar das ameaças do governo americano de impor tarifas a países que desafiem sua hegemonia monetária.
Lula, que já havia manifestado apoio à ideia desde 2023, destacou que a moeda comum poderia beneficiar nações que competem economicamente com os Estados Unidos, como China, Rússia e Irã. A proposta, no entanto, havia sido deixada de lado por conta da sensibilidade do tema e do receio de atritos com Washington, que chegou a ameaçar taxar em 100% as exportações de países que tentassem desbancar o dólar.
A presidente do NDB, Dilma Rousseff, também criticou as políticas tarifárias da administração americana, afirmando que o mundo enfrenta um aumento da fragmentação e desigualdade, além de crises interligadas. O discurso de Lula também reflete a atual situação política no Brasil, onde ele busca fortalecer sua posição frente ao Congresso, após a derrubada de um decreto que aumentava o IOF.
Neste sábado, 5, Lula participará de uma série de reuniões com líderes de países como Etiópia, Nigéria, Vietnã, China e Cuba, antes da cúpula do Brics, que começa oficialmente no domingo, 6. Após o encontro, o presidente retornará a Brasília para receber visitas de Estado do primeiro-ministro da Índia e do presidente da Indonésia.