O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (25) que o vice-presidente Geraldo Alckmin é o principal responsável pelas negociações com os Estados Unidos, durante o lançamento do programa Periferia Viva em Osasco (SP). Lula declarou que, quando o presidente americano Donald Trump conhecer a realidade do Brasil, poderá reconsiderar a tarifa de 50% proposta contra produtos brasileiros. "Trump, o dia que você quiser conversar, o Brasil estará pronto e preparado para discutir", disse Lula.
O presidente destacou a atuação de um comitê interministerial liderado por Alckmin e Mauro Vieira, que já se reuniu dez vezes com representantes dos EUA. Lula enfatizou que o Brasil está aberto ao diálogo, mas não aceitará imposições. As declarações ocorreram uma semana antes do prazo estabelecido por Trump para a implementação da sobretaxa, que foi anunciada como retaliação ao julgamento de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Além disso, Lula criticou parlamentares que, segundo ele, atuam em favor da tarifa nos EUA, chamando-os de "traidores da nação". Ele também se mostrou surpreso com a carta de Trump, que mencionava a tarifa e pedia o fim da perseguição a Bolsonaro. O presidente reafirmou a independência do Judiciário brasileiro e a legitimidade do julgamento de Bolsonaro, que, segundo ele, não é uma perseguição, mas um processo legal.
As negociações entre Brasil e EUA continuam, mas interlocutores reconhecem que as conversas estão estagnadas. A tarifa de 50% está prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, e o governo brasileiro busca alternativas para evitar a aplicação da medida.
