O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou, nesta segunda-feira (21), em Santiago, Chile, sua defesa pela democracia, independentemente da orientação política do governo. Durante uma cúpula em defesa da democracia, Lula destacou a preocupação com o extremismo, fazendo uma analogia com a ascensão de Hitler na Alemanha. "O que nós queremos é a democracia. Não importa que seja de direita, que seja de esquerda, que seja de centro", declarou o presidente.
Lula enfatizou que a beleza da democracia reside na capacidade do povo de escolher diferentes segmentos da sociedade para governar, mencionando a possibilidade de alternância entre trabalhadores e empresários no poder. "O que importa é que ele respeite o direito dos outros, que ele não seja mentiroso", afirmou, sem citar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, frequentemente associado a críticas sobre desinformação.
Em seu discurso, Lula também abordou a necessidade de regulamentação das plataformas digitais e combate à desinformação, ressaltando que a liberdade de expressão não deve ser confundida com a autorização para incitar a violência ou atacar o Estado democrático de Direito. O presidente brasileiro participou da reunião ao lado de líderes do Uruguai, Colômbia e Espanha, onde discutiram o fortalecimento das instituições democráticas e a urgência de ações concretas diante da ofensiva antidemocrática global.
"A democracia liberal não foi capaz de responder aos anseios e necessidades contemporâneas. Cumprir o ritual eleitoral a cada 4 ou 5 anos não é mais suficiente", concluiu Lula, enfatizando a necessidade de revitalização do sistema político e dos partidos, que, segundo ele, enfrentam uma crise de credibilidade.