Em pronunciamento em cadeia nacional na noite de quinta-feira, 17, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva denunciou o tarifaço imposto pelos Estados Unidos como uma "chantagem inaceitável" e chamou de "traidores da Pátria" os políticos que apoiam essa iniciativa. Lula enfatizou que não há vencedores em guerras tarifárias e que o Brasil não cederá à pressão americana para aliviar a regulação das big techs no país.
O presidente revelou que negociadores brasileiros realizaram mais de dez reuniões com o governo dos EUA, mas não obtiveram uma resposta satisfatória. "O que veio foi uma chantagem inaceitável em forma de ameaças às instituições brasileiras", afirmou. Lula também destacou a importância de tributar as empresas digitais americanas que operam no Brasil, sem entrar em detalhes sobre a implementação dessa medida.
Durante o 60.º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), realizado em Goiânia, Lula reiterou que o Brasil não aceitará ataques ao sistema de pagamentos Pix, considerado um patrimônio nacional. Ele afirmou que o país possui um dos sistemas de pagamento mais avançados do mundo e que irá protegê-lo de investigações comerciais que visem desestabilizá-lo.
Em resposta às críticas do ex-presidente Donald Trump, que se queixou de censura do Judiciário brasileiro, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, defendeu que Trump não busca ser o "imperador do mundo", mas sim um líder forte dos Estados Unidos. Lula, por sua vez, reafirmou sua posição de que o Brasil acredita no multilateralismo e na cooperação entre nações, destacando a abertura de 379 novos mercados para produtos brasileiros durante seu mandato.