Em um pronunciamento em cadeia nacional na noite de quinta-feira, 17, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva denunciou o tarifaço imposto pelos Estados Unidos como uma "chantagem inaceitável" e criticou políticos brasileiros que apoiam essa iniciativa, chamando-os de "traidores da Pátria". Lula enfatizou que não existem vencedores em guerras tarifárias e que o Brasil não cederá à pressão americana sobre a regulação das plataformas digitais no país.
Durante o evento da União Nacional dos Estudantes (UNE) em Goiânia, Lula reafirmou a intenção de tributar as big techs americanas, sem entrar em detalhes sobre a implementação dessa medida. Ele também comentou sobre a investigação comercial aberta pelos EUA, que inclui o sistema de pagamentos Pix, afirmando que "não aceitaremos ataques ao Pix, que é um patrimônio do nosso povo".
O presidente destacou que as negociações com os Estados Unidos já resultaram em mais de dez reuniões, mas lamentou a falta de respostas concretas e a disseminação de informações falsas sobre o comércio bilateral. Em resposta às críticas do ex-presidente Donald Trump, Lula afirmou que ele foi eleito para governar os EUA, não para ser o "imperador do mundo".
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, rebateu as declarações de Lula, afirmando que Trump não busca ser o imperador global, mas sim um líder forte dos Estados Unidos. O governo brasileiro, por sua vez, espera que as tarifas sejam revistas através de negociações técnicas, conforme mencionado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.