O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, que entrará em vigor na próxima quinta-feira (1º). Durante a inauguração da Usina Termelétrica GNA II, no Porto do Açu (RJ), nesta segunda-feira (28), Lula classificou a decisão americana como "abrupta" e apelou por uma solução negociada entre os países. Ele enfatizou a importância do diálogo, afirmando que decisões unilaterais penalizam o Brasil.
Lula também responsabilizou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro e do deputado federal Eduardo Bolsonaro pela crise comercial atual, sem citar nomes diretamente. O governo brasileiro considera a sobretaxa, anunciada por Donald Trump em julho, uma violação das boas práticas comerciais e um obstáculo às relações bilaterais. O vice-presidente Geraldo Alckmin lidera as tentativas de negociação, mas até o momento não houve progressos significativos.
Enquanto o prazo para a implementação da tarifa se aproxima, uma comitiva de senadores brasileiros está em Washington para discutir a situação com parlamentares e empresários americanos. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, também está em Nova York e pode se deslocar a Washington, dependendo da disposição do governo Trump para o diálogo. Apesar da confirmação da tarifa, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, indicou que ainda há espaço para negociações.
Em seu discurso, Lula reafirmou que o Brasil busca manter relações comerciais pacíficas e que, desde o início de seu terceiro mandato, o país abriu 398 mercados para produtos brasileiros, com a meta de alcançar 400 em breve. Além disso, ele anunciou um levantamento sobre o potencial mineral do Brasil, defendendo que a exploração desses recursos deve ser controlada pelo Estado, em resposta a interesses estrangeiros, especialmente dos EUA.