O presidente Luiz Inácio Lula da Silva denunciou, em entrevista ao New York Times, a ameaça do ex-presidente Donald Trump de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. Lula classificou a medida como uma tentativa de pressionar o Brasil e ferir sua soberania nacional, afirmando que trata o assunto com 'máxima seriedade', mas sem subserviência. Ele destacou que o Brasil não negociará como um país pequeno diante de um grande e que o respeito deve ser mútuo.
O jornal americano descreveu a tarifa como uma das mais altas já impostas a qualquer nação e ressaltou que o Brasil é alvo de medidas políticas, em vez de econômicas, devido ao apoio de Trump ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Lula enfatizou que o Judiciário brasileiro é independente e que a ação penal contra Bolsonaro não está em negociação. Ele criticou a forma como Trump anunciou as tarifas, sugerindo que a diplomacia deve prevalecer em desacordos comerciais.
Além disso, Lula mencionou que o governo brasileiro está considerando tarifas de retaliação, embora o ministro da Fazenda tenha indicado que essa opção não estava sendo considerada. O presidente alertou que a postura americana pode resultar em uma relação de 'perde-perde' entre os dois países, impactando diretamente os consumidores. O New York Times também destacou a ligação de Trump entre as tarifas e críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, bem como a revogação de vistos de ministros do STF e suas famílias.