O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, que entrará em vigor na próxima quinta-feira (1º). Durante a inauguração da Usina Termelétrica GNA II, no Porto do Açu (RJ), Lula classificou a medida como "abrupta" e apelou por uma solução negociada entre os dois países. Ele enfatizou a importância do diálogo, afirmando que decisões unilaterais prejudicam a relação bilateral.
Lula também responsabilizou o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro pela crise comercial atual, referindo-se a eles de forma indireta. O governo brasileiro considera a sobretaxa anunciada por Donald Trump uma violação das boas práticas comerciais. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) lidera as negociações, mas até o momento não houve avanços significativos.
Enquanto o prazo para a implementação da tarifa se aproxima, uma comitiva de oito senadores brasileiros está em Washington buscando diálogo com parlamentares e empresários americanos. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, também está em Nova York e pode se deslocar para a capital americana, dependendo da disposição do governo Trump para negociar. Apesar da confirmação da tarifa, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, afirmou que ainda há espaço para discussões.
Além de abordar a questão comercial, Lula anunciou um levantamento sobre o potencial mineral do Brasil, destacando que apenas 30% do subsolo nacional foi mapeado. Ele defendeu que a exploração desses recursos deve ser controlada pelo Estado e criticou a postura de setores da direita brasileira que, segundo ele, adotam uma postura subserviente aos interesses dos EUA. O presidente reafirmou que o Brasil está aberto ao diálogo e busca fortalecer sua soberania sem confrontos.