O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, durante seu discurso na abertura da Cúpula dos Brics, realizada no Brasil, os altos investimentos em guerras em detrimento de fundos de desenvolvimento. Ele enfatizou a necessidade de uma reforma no Conselho de Segurança da ONU, propondo a inclusão de novos membros permanentes da Ásia, África, América Latina e Caribe para torná-lo mais representativo e eficaz.
Lula destacou a crise de confiança enfrentada pela ONU e afirmou que a governança internacional deve refletir a nova realidade multipolar do século XXI. Ele também abordou a escalada de tensões no Oriente Médio, condenando as ações do grupo terrorista Hamas, mas ressaltando a necessidade de se pôr fim à ocupação israelense e estabelecer um estado palestino soberano.
Em relação à guerra na Ucrânia, o presidente brasileiro pediu um diálogo direto entre as partes para alcançar um cessar-fogo e uma paz duradoura. Lula também mencionou a condenação do Brasil aos atentados em Caxemira, que aumentaram as tensões entre Índia e Paquistão, e criticou ações internacionais que, segundo ele, desestabilizam o Oriente Médio e o Norte da África.
Por fim, Lula alertou para um "colapso sem precedentes" do sistema multilateral, afirmando que o Brics deve ser um agente ativo na atualização desse sistema, especialmente em um momento em que a autonomia das nações está ameaçada por ações sem amparo no direito internacional.