O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou sua oposição ao interesse dos Estados Unidos nos minerais raros do Brasil, durante um evento em Minas Gerais nesta quinta-feira (24). A declaração ocorre em meio a uma polêmica sobre a Elevação do Rio Grande, uma área marítima rica em terras raras, que o Brasil reivindica desde 2018 junto à Organização das Nações Unidas (ONU).
Raul Jungmann, presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), revelou que o encarregado de negócios da embaixada dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, expressou interesse do governo norte-americano nos minerais críticos e estratégicos do país. Em resposta, Lula enfatizou a necessidade de proteger os recursos naturais brasileiros, afirmando: "Este país é do povo brasileiro".
Estudos da Universidade de São Paulo (USP) indicam que a Elevação do Rio Grande, localizada a 1.200 km da costa do Rio Grande do Sul, possui um potencial significativo em minerais raros. A reivindicação do Brasil está sob análise da Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC) da ONU desde fevereiro de 2025, sem previsão de resolução.
Especialistas alertam que a situação pode intensificar as tensões diplomáticas entre Brasil e EUA. Embora os EUA não sejam signatários da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, o professor de Relações Internacionais João Gabriel Burmann destaca que o interesse americano pode influenciar as negociações bilaterais. Apesar disso, alguns especialistas acreditam que um diálogo colaborativo pode ser mais viável do que um confronto direto.