O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quarta-feira (25 de junho de 2025) a falta de preocupação com o déficit fiscal durante o governo de Jair Bolsonaro, afirmando que ninguém questionou as políticas econômicas do então ministro Paulo Guedes. A declaração foi feita em meio a cobranças diárias sobre a capacidade do atual governo em cumprir a meta de déficit zero para este ano. As declarações presidenciais aconteceram em Brasília, durante evento com empresários, onde Lula questionou a postura da mídia e do setor privado em relação à gestão das contas públicas nos últimos anos. Ele enfatizou a diferença de tratamento entre os governos, destacando a pressão atual em contraste com a aparente complacência anterior.
Lula argumentou que a atual preocupação com o déficit fiscal é seletiva, lembrando que o último ano com resultado primário positivo foi 2013, durante o governo Dilma Rousseff, e que o governo Bolsonaro, mesmo com superávit em 2022, não enfrentou o mesmo nível de escrutínio. Ele detalhou as medidas tomadas pelo seu governo para controlar as finanças públicas, incluindo o recente congelamento de R$ 31 bilhões do Orçamento de 2025. O presidente contextualizou a situação, lembrando que a margem de tolerância para 2025 é de até R$ 30,9 bilhões e que o déficit de 2024, apesar de dentro do limite, foi influenciado por eventos extraordinários como os gastos com a reconstrução do Rio Grande do Sul e o combate a queimadas, que elevaram o déficit para R$ 44 bilhões. A estratégia governamental busca equilibrar as necessidades sociais com a responsabilidade fiscal.
As declarações de Lula geram debate sobre a transparência e a responsabilidade fiscal em governos anteriores. Analistas econômicos divergem sobre o impacto das medidas anunciadas e as perspectivas para o cumprimento da meta de déficit zero. A oposição já anunciou que irá intensificar a fiscalização sobre as contas públicas. O sucesso do plano de ajuste fiscal do governo Lula terá impacto significativo na economia brasileira nos próximos anos, influenciando a inflação, o investimento estrangeiro e o crescimento econômico. A controvérsia em torno da gestão das contas públicas promete permanecer no centro do debate político nacional.