O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou sua indignação em nota oficial sobre o aumento de 50% nas tarifas impostas aos produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta quarta-feira (9). Lula afirmou que a medida será respondida com a aplicação da lei de reciprocidade e contestou a alegação de déficit comercial dos EUA em relação ao Brasil, citando um superávit de 410 bilhões de dólares nos últimos 15 anos, segundo dados do próprio governo americano.
Em resposta à decisão de Trump, o governo brasileiro convocou uma reunião de emergência com ministros, incluindo Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), além do vice-presidente Geraldo Alckmin. Durante o encontro, Lula reiterou a soberania do Brasil e a independência de suas instituições, enfatizando que o país não aceitará ingerências externas em seus assuntos internos.
A nova taxa, que substituirá a anterior de 10%, será aplicada a partir de 1º de agosto e foi anunciada em uma carta endereçada a Lula, onde Trump menciona também a relação do Brasil com o ex-presidente Jair Bolsonaro. A decisão é vista por aliados do governo Lula como uma tentativa de interferência no processo político brasileiro, com o intuito de favorecer Bolsonaro e sua base de apoio, levando à necessidade de associar os impactos econômicos da medida à oposição.