O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou, neste domingo (6 de julho de 2025), sua preocupação com a decisão da Otan de elevar o mínimo exigido para gastos militares de seus membros para 5% do PIB. A declaração foi feita durante a abertura da 1ª sessão da cúpula de líderes do Brics, realizada no Rio de Janeiro. Segundo Lula, essa medida "alimenta a corrida armamentista" e desvia recursos que poderiam ser utilizados para o desenvolvimento de países mais pobres.
A nova exigência da Otan, anunciada em junho durante a cúpula da aliança em Haia, na Holanda, representa um aumento significativo em relação aos níveis atuais, que variam entre 2% e 3,5% do PIB dos países membros. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destacou que a Europa está se mobilizando militarmente em resposta às ameaças da Rússia, especialmente após três anos de conflito com a Ucrânia.
Lula criticou a falta de prioridade política em investimentos sociais, afirmando que é mais fácil destinar recursos para a defesa do que para a Assistência Oficial ao Desenvolvimento, que deveria receber 0,7% do PIB. "Os recursos para implementar a Agenda 2030 existem, mas não estão disponíveis por falta de prioridade política. É sempre mais fácil investir na guerra do que na paz", concluiu o presidente brasileiro durante a sessão sobre Paz e Segurança e Reforma da Governança Global do Brics.