Em pronunciamento transmitido em rede nacional na noite de quinta-feira (17), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) respondeu à ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros a partir de agosto. Lula classificou a medida como uma "chantagem inaceitável" e criticou a interferência nas instituições brasileiras, apontando a conivência de alguns políticos da oposição com essa postura.
Durante o discurso, Lula reafirmou o compromisso do Brasil com o diálogo, mas ressaltou que o país não aceitará imposições externas. Ele destacou que o Brasil tem mantido um superávit comercial favorável aos EUA por mais de 15 anos e rebateu as acusações de práticas comerciais desleais, defendendo ações em áreas como proteção ambiental e regulação digital. "Reduzimos o desmatamento da Amazônia pela metade em dois anos", afirmou.
O presidente também mencionou a criação do sistema Pix, defendendo-o como um patrimônio nacional e criticando ataques provenientes de parlamentares americanos. Lula finalizou seu discurso enfatizando que o Brasil continuará a buscar boas relações diplomáticas, mas que tomará medidas legais, incluindo recursos à Organização Mundial do Comércio (OMC), caso as tarifas sejam implementadas. "Não há vencedores em guerras tarifárias", concluiu.
