O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião de emergência no Palácio do Planalto na noite de quarta-feira (9), após a divulgação de uma carta do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que defende Jair Bolsonaro e menciona ações em trâmite no Supremo Tribunal Federal (STF). A reunião contou com a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e outros membros do governo, que não concederam entrevistas após o encontro.
Na carta, Trump anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, o que gerou reações imediatas entre as autoridades brasileiras. Em resposta, Lula afirmou em suas redes sociais que o Brasil é um país soberano e que não aceitará tutelas externas, destacando que o processo judicial contra aqueles que tentaram um golpe de Estado em 2022 é de competência exclusiva da Justiça brasileira.
Especialistas em relações internacionais criticaram a carta de Trump, classificando-a como uma intromissão inaceitável na soberania do Brasil. O doutor Hussein Kalout, ex-secretário especial de Assuntos Estratégicos, ressaltou que a ação do presidente americano representa um ataque à democracia e à Constituição brasileira. A indignação também foi compartilhada por outros membros do governo e do Congresso Nacional, que expressaram preocupação com a interferência nas questões internas do país.