O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou em cadeia nacional nesta quinta-feira (17) sobre a sobretaxa de 50% imposta por Donald Trump a produtos brasileiros, considerando a medida uma "chantagem inaceitável" baseada em informações falsas. Lula destacou que o Brasil sempre esteve aberto ao diálogo e mencionou as mais de dez reuniões realizadas com o governo dos Estados Unidos, além de uma proposta de negociação enviada em 16 de maio, que não obteve resposta.
A sobretaxa, que entrará em vigor a partir de 1º de agosto, foi anunciada por Trump em uma carta publicada em sua rede social no dia 9 de julho. Em resposta, o governo brasileiro, liderado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, busca uma solução diplomática e evita retaliações, conforme defendido por parlamentares e empresários. Lula enfatizou a importância da união entre setores produtivos e sociedade civil para enfrentar a situação.
Além disso, Lula mencionou que o Brasil planeja taxar empresas de tecnologia americanas e aumentar o controle sobre redes sociais, medidas que têm gerado críticas por parte da administração Trump. O presidente brasileiro também expressou indignação com a falta de preocupação do governo americano em relação aos prejuízos que a sobretaxa pode causar à indústria e ao agronegócio brasileiro.
Na última terça-feira (15), o governo Lula enviou uma carta ao secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, manifestando sua indignação e reiterando a disposição para negociar uma solução que beneficie ambos os países. A sobretaxa é vista como uma medida política, sem relação direta com a economia, e é acompanhada de críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, mencionado por Trump em sua comunicação.