O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta sexta-feira, 11, que poderá acionar a Lei de Reciprocidade Econômica em resposta à taxação de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. Durante um evento em Linhares, Espírito Santo, Lula afirmou que, caso não haja um resultado positivo nas negociações com a Organização Mundial do Comércio (OMC), o Brasil poderá impor tarifas semelhantes sobre mercadorias americanas.
Lula criticou Trump, afirmando que o presidente americano está "mal informado" ao alegar que os Estados Unidos enfrentam um déficit comercial com o Brasil. "É o Brasil que tem déficit comercial com os Estados Unidos", declarou, ressaltando a importância de um diálogo respeitoso entre as nações. O presidente brasileiro reiterou sua intenção de buscar soluções pacíficas antes de recorrer à legislação que permite retaliações.
A Lei de Reciprocidade, sancionada em abril deste ano, ainda aguarda regulamentação e permite ao Brasil adotar medidas de retaliação, incluindo a quebra de patentes. Lula enfatizou que, se as conversas não forem frutíferas, o Brasil não hesitará em aplicar a reciprocidade, cobrando tarifas equivalentes às impostas pelos EUA.
Enquanto isso, Trump comentou sobre a situação, afirmando que pode conversar com Lula "mas não agora". O ex-presidente Jair Bolsonaro foi mencionado por Trump, que criticou a forma como o Brasil o tratou durante seu governo. Não há informações sobre tentativas de contato entre os dois líderes desde o anúncio das tarifas na quarta-feira.