Luang Prabang, cidade com 50 mil habitantes e reconhecida como o centro espiritual do Laos, tem experimentado um aumento significativo no turismo desde a inauguração da ferrovia de alta velocidade Laos-China em 2021. Este crescimento trouxe benefícios econômicos, mas também desafios para a preservação das tradições locais e o respeito às práticas culturais. A cidade, Patrimônio Mundial da Unesco, é famosa por sua rica herança budista e pela alta concentração de monges, que agora enfrentam comportamentos inadequados de alguns visitantes.
O ex-monge Anat Khamphew, do monastério Wat Xieng Mouane, expressou preocupação com a comercialização de rituais sagrados, como a oferta de esmolas, e o desrespeito observado em relação aos monges. Ele relata casos de estátuas de Buda sendo roubadas e a utilização de locais sagrados como cenários para selfies. Em resposta, Khamphew lançou um canal no YouTube para educar turistas sobre a cultura local e incentivá-los a respeitar as tradições budistas.
Outros ex-monges também têm se mobilizado, criando agências de turismo e iniciativas sociais, como a loja de artesanato LaLaLaos e o restaurante vocacional Kaiphaen, que visam promover uma experiência turística mais ética e benéfica para a comunidade. Essas ações buscam não apenas preservar a essência espiritual de Luang Prabang, mas também oferecer oportunidades para os jovens locais e fortalecer a conexão entre visitantes e a cultura laociana.
Luang Prabang, situada na confluência dos rios Khan e Mekong, é um importante centro de aprendizado budista desde o século 14, com cerca de 33 templos decorados que atraem visitantes em busca de espiritualidade e cultura. A cidade continua a lutar para equilibrar o crescimento do turismo com a preservação de suas tradições e valores fundamentais.