Três capitais brasileiras, Goiânia (GO), Manaus (AM) e Teresina (PI), enfrentam a possibilidade de desastres ambientais semelhantes ao ocorrido em Padre Bernardo (GO) em junho, conforme alerta do presidente da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), Pedro Maranhão. Ele enfatiza a necessidade urgente de transferir as atividades de resíduos sólidos para aterros sanitários, uma exigência prevista na Lei de Resíduos do Solo, que completa 15 anos em agosto.
No dia 18 de junho, um deslizamento de 40 mil metros cúbicos de resíduos do aterro Ouro Verde em Padre Bernardo resultou em contaminação de rios e levou à interdição do local pela Justiça. Maranhão critica a gestão municipal, afirmando que a situação era previsível e que a prefeitura estava conivente com a operação do lixão. O prefeito de Padre Bernardo, Joseleide Lázaro, alegou que a administração estava limitada por liminares judiciais que favoreciam os proprietários do aterro.
Maranhão destaca que Goiânia possui um dos lixões mais críticos, que a prefeitura classifica erroneamente como aterro controlado, sem as devidas medidas de tratamento de chorume e gases. Em Teresina, há planos para licitação de aterros sanitários, enquanto em Manaus, a prefeitura ainda destina resíduos a um lixão. O presidente da Abrema ressalta a importância de aterros sanitários adequados, que seguem padrões de engenharia e são fiscalizados, para evitar impactos ambientais negativos.
Ele também defende uma maior conscientização da sociedade e do judiciário sobre os riscos associados a lixões, que muitas vezes são ignorados até que um desastre ocorra. Maranhão conclui que é essencial exigir soluções ambientalmente corretas dos gestores públicos, destacando que a informação sobre os impactos dos lixões está se tornando mais acessível ao público.