Na terça-feira, 21 de novembro, líderes extremistas e colonos judeus se reuniram no Parlamento de Israel para debater um projeto controverso que envolve a expulsão de palestinos da Faixa de Gaza e a transformação do território em um centro de luxo e tecnologia. O encontro foi reportado pelo jornal britânico The Guardian nesta quinta-feira, 24, que teve acesso ao conteúdo da proposta.
O plano em discussão sugere uma "expulsão voluntária" dos palestinos, visando a construção de 850 mil unidades habitacionais e um sistema de metrô moderno na região. Inspirado por uma ideia do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que propôs transformar Gaza na "Riviera do Oriente Médio", o projeto é defendido por líderes como Daniella Weiss, que afirmou que os habitantes de Gaza seriam realocados para outros países, como o Egito e nações africanas.
Embora o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu tenha negado a intenção de anexar Gaza, seu ministro da Defesa, Israel Katz, mencionou a possibilidade de criar uma "cidade humanitária" no sul do território, onde mais de 600 mil palestinos seriam confinados. Especialistas e ativistas dos direitos humanos criticaram o plano, considerando-o uma forma de limpeza étnica e um potencial crime contra a humanidade, com o Exército israelense também expressando preocupações sobre a segurança relacionada a essa proposta.
Pesquisadores, como Janina Dill da Universidade de Oxford, alertam que a situação em Gaza, marcada por restrições severas, pode levar a um deslocamento forçado da população, configurando um crime de guerra sob as normas internacionais. O debate sobre o futuro de Gaza continua a gerar controvérsias e divisões tanto dentro de Israel quanto na comunidade internacional.